“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Trabalhemos todos, pela Unificação do movimento espírita!!

O Espiritismo é uma questão de fundo; prender-se à forma seria puerilidade indigna da grandeza do assunto. Daí vem que os centros que se acharem penetrados do verdadeiro espírito do Espiritismo deverão estender as mãos uns aos outros, fraternalmente, e unir-se para combater os inimigos comuns: a incredulidade e o fanatismo.”

“Dez homens unidos por um pensamento comum são mais fortes do que cem que não se entendam.”
Allan Kardec (Obras Póstumas – Constituição do Espiritismo – Item VI).

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.”Thiago,3/17

“Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito.” João – 15:7

Falar e Fazer

Em se tratando de reforma íntima: “Fácil é dizer como se faz. Difícil é fazer como se diz.” Precisamos fazer mais e dizer menos. Francisco Rebouças.

domingo, 9 de novembro de 2014

Intervenção Superior


O perseguidor, porém, continuava implacável. Após ter lançado a discórdia na equipe da fluidoterapia, continuava a se preparar para o envolvimento dos grupos mediúnicos propriamente ditos. Agora, os médiuns ostensivos é que seriam experimentados.

Os invasores das sombras julgavam-se livres dos prote­tores espirituais. Sentiam-se fortalecidos no desejo de domi­nar o Centro Espírita, por permanecerem imantados aos trabalhadores que ofereciam brechas neste ou naquele campo.

        Entretanto, quando se preparavam para invadir um gru­po de desobsessão, foram fortemente barrados por alguns espíritos bons, impedindo-lhes o acesso na reunião de orientação e libertação espiritual.

        Júlio César não se continha, esbravejava lançando pa­lavras ofensivas ao grupo, além de fluidos nocivos que eram neutralizados pela atuação positiva dos benfeitores espirituais.

O agrupamento dedicado à desobsessão era composto de pessoas graves e idealistas, o que naturalmente lhes ga­rantia o amparo, livrando-os dos adversários perturbadores das tarefas.

Enquanto o malfeitor protestava, os amigos espirituais aguardavam em silêncio que o irmão perturbado fosse ven­cido pelo cansaço. Ainda não era o momento de dialogar com o terrível perseguidor. As entidades amigas aguardavam a hora adequada para a intervenção junto ao agente da des­truição.

Gonçalves afastou-se momentaneamente para dar algu­mas ordens aos outros espíritos desordeiros, quando valoro­so tarefeiro, fazendo-se visível, aproximou-se dirigindo-lhe carinhosamente estas orientações:

- Meu filho, a paz de Jesus te envolva. Desejamos te abra­çar, falando-te do nosso desejo em compartilhar contigo das ale­grias espirituais. Vejo em teus olhos sofrimento, em tua face amargura, tua alma pede socorro, estás cansado de lutas inúteis e de sofrimentos intensos.

E do peito do benfeitor partiam jatos de fluidos amoro­sos, envolvendo o capataz do mal nas mais sublimes energias.

O adversário, contudo, lembrou-se da advertência do chefe quanto às tentativas dos apóstolos da luz em tentar arrebatá-los e, em desespero, começou a gritar pelo nome do seu mestre, solicitando-lhe ajuda.

O representante da discórdia, porém, estava por demais ocupado, esbravejando com os coordenadores espirituais da reunião de desobsessão, ficando impossibilitado de ouvir o pedido de socorro do camarada.

A entidade amiga envolveu o auxiliar da discórdia em ternas vibrações e, porque não suportasse as irradiações amo­rosas, o contraste energético causou-lhe um torpor, uma so­nolência irresistível, caindo, por fim, nos braços amoráveis do socorrista que o conduziu para uma das inúmeras reu­niões de desobsessão do Centro.

A equipe espiritual superior almejava, com isso, ofere­cer aprendizado aos encarnados, ao mesmo tempo em que agilizava a tarefa socorrista, valendo-se do ambiente fluídico equilibrado, do amor verdadeiro e da imantação mediúnica que permitiria ao adversário permanecer parado, por alguns instantes, e em estado de lucidez para ouvir as palavras ins­piradas do dialogador. O amigo espiritual que o amparou adentrou a sala bastante confiante, verificando junto aos companheiros de tarefa a possibilidade de atendimento na­quela noite.

Após saudação fraterna, fez este pedido:

Caros amigos, temos um caso delicado que precisa de aju­da urgente. Este, a quem amparo cuidadosamente, trata-se do assistente de Júlio César, aquele que implantou um processo de infiltração neste Templo.

Conseguimos envolver este irmão em doces vibrações e pre­cisamos atendê-lo neste momento, aproveitando o estado de adormecimento em que se encontra, graças aos nossos recursos magnéticos, para efetuarmos a ligação mediúnica.

Sei das chances mínimas de uma libertação imediata; com­preendo o estado doentio de sua mente, entendo o seu coração perdido na ignorância e mergulhado no ódio; não ignoro, ainda, os pensamentos contaminados pela vaidade; contudo, é preciso ajudá-lo nos primeiros passos para sua própria reabilitação.

Permanece enganado quanto ao nosso processo de reequilí­brio aplicado às criaturas perdidas no caminho. Guarda a idéia de que somos carrascos trabalhando em nome do Cristo. Aquele a quem mantém como chefe inventou mentiras, a pretexto de impedir-lhe o rompimento dos grilhões que o prendem às regiões inferiores.

 

O dirigente espiritual da reunião, sensibilizado e cons­ciente da urgência do caso, colocou o auxiliar da maldade na lista de atendimentos, enquanto valorosa equipe de coo­peradores espirituais verificava, entre os médiuns presentes, os que ofereciam afinidade fluídica para o delicado atendimento.

A sala mediúnica estava respeitavelmente preparada, os medianeiros cultivavam sentimentos elevados, inúmeros benfeitores providenciavam a segurança da reduzida assem­bléia dedicada ao sagrado intercâmbio espiritual. Esclareci­mento, boa vontade e dedicação dos médiuns, prometiam trabalhos intensos naquela noite.

 

Dos fenômenos mediúnicos, nada se compara às reali­zações da mediunidade educada colocada a serviço do socorro espiritual.

A reunião começou rigorosamente no horário previs­to, O dirigente encarnado iniciou a sessão com breve leitura de um texto evangélico seguido de prece sincera, ligando-nos em agradáveis vibrações.

Terminada a oração, o instrutor do nosso plano condu­ziu Gonçalves cuidadosamente ao médium socorrista que, sentindo as emanações do adversário, mantinha-se firme, cultivando bom ânimo para o serviço caridoso.

Três experientes tarefeiros na arte da desobsessão foram convocados para fortalecer o medianeiro, ajudando-o a con­ter os possíveis excessos do socorrido.

Suspensas as vibrações controladoras, o discípulo da perversidade retomava vagarosamente a consciência, trans­mitindo ao porta-voz, indescritível sensação de mal-estar.

Vendo-se em ambiente estranho, recordando-se da abor­dagem do emissário do bem, rememorando a advertência do chefe, julgou estar em mãos inquiridoras. E em pânico ini­ciou a comunicação com estes gritos:

Socorro! Socorro! Estou preso! Querem me torturar!

Não falarei nada! Nem com um milhão de torturas!

Meu mestre vai saber! Ah! Se vai! Libertem-me! Libertem-me! Gritava o infeliz, dando trabalho ao medianeiro, obri­gando-o a dosar a voz, a fim de desempenhar o melhor pos­sível a abnegada tarefa de socorro espiritual.

Vocês não sabem com quem estão falando, sou o secre­tário das sombras, meu senhor, quando souber, acabará com to­dos vocês! Ele é um grande representante de importante cidade espiritual das regiões inferiores, sou seu servo predileto. Eu te­nho “costas quentes”, não mexam comigo!

Ordeno, libertem-me! Agora! Agora!

Soltem as correntes que me aprisionam. Por quais mistérios me prendem a outra pessoa? É a mediunidade, não é? Claro, fui muito bem avisado!

Maldita seja a mediunidade! Malditos sejam todos vocês! Malditos!

 

        O espírito perdia completamente o controle. Não fosse a mediunidade disciplinada, o atendimento seria praticamen­te impossível. E porque o adversário fez pequena pausa, pro­movida pelo cansaço do momento, as entidades amigas, ve­rificando a necessidade de rigorosa intervenção, envolveram o dialogador levando-o a falar de maneira inspirada nestes termos:

        Paz e amor, é o que desejamos àqueles que Deus nos envia!­

Meu irmão, você não está amarrado, muito menos preso, permanecemos todos laborando em nome de Jesus nosso Mestre.

Não pronuncie este nome perto de mim, meu mestre éoutro. O Cristo quer nos enganar, nos enganar...

Calma, meu amigo, disse o dialogador, imprimindo nas palavras afabilidade e doçura. O nome de Jesus representa a sublime bondade, o amor verdadeiro, aquele amor que você há muito tempo deixou de sentir, a amizade verdadeira que não so­licita retribuições, o abraço afetuoso de alguém que nos ama. Lembra-se? Entregando-se à prática do mal, o amigo esqueceu que é filho de Deus e possui uma tarefa importantíssima para realizar, sua reforma moral...

Tarefa? Tenho mesmo uma grande missão a realizar: a destruição desta Casa!

Vocês pensam saber de tudo, acreditam estarem protegidos, santos, não é? Nós vamos mostrar! Meu mestre é especialista em destruir casas como esta! Eu já vi inúmeros centros serem devo­rados pelos próprios espíritas.

Esta Casa será a próxima!

Que venham as falanges inferiores, venham espíritos das trevas, o momento é nosso, essa guerra já está ganha!

Mestre, bradava o adversário, salva-me! Senhor das som­bras, socorre-me agora!

E enquanto o adversário da paz gritava, a equipe espiri­tual se fez visível, irradiando intensamente em benefício do sofredor. Entidade respeitável aproximou-se do esclarecedor, inspirando-lhe esta rogativa:

- Senhor Jesus!

Eis que te pedimos com amor sincero...

Estas simples palavras, envoltas nos mais sublimes sen­timentos, impressionaram o perseguidor calando-o momen­taneamente, permitindo atuação direta da equipe socorrista. Entidades amigas se aproximaram, aproveitando os extraor­dinários benefícios da oração, projetando em telas fluídicas imagens referentes à última encarnação do obsessor em aten­dimento.

O  invasor se reconhecia em valorosa empresa, desem­penhando função importante. Via-se explorando os funcio­nários menos reconhecidos financeiramente. Abusando de moças ingênuas, autorizava abortos livrando-se da paterni­dade indesejável. Promovia voluntariamente demissões des­necessárias. Usava o poder para dominar, perdendo-se na noite dos vícios.

Por conta disso, angariou para junto de si entidades malévolas, que o incentivavam ao desvario.

E, de retorno à vida maior, a lei de causa e efeito o ar­rastou para sinistra cidade. Os obsessores que o receberam exploraram-no a ponto de apagar-lhe da memória certas lem­branças, convertendo-o em torpe servidor da maldade.

Oonçalves estava assombrado, sentia-se usado pelos comparsas. E, humilhado, continuou em silêncio, ouvindo a petição do dialogador que seguia comovente, colocando nas palavras o próprio coração:

Rogamos-te por este amigo e irmão!

Não nos colocamos acima dele; bem sabemos das nossas limitações.

Imploramo-te humildemente: compreende nosso companhei­ro, ajudando-o no despertar, a fim de colocar-se rumo ao próprio progresso.

Também sabemos dos sofrimentos desta alma, nossa irmã, das noites tristes por que passa, da saudade que machuca, do frio que atormenta e da solidão que dilacera o peito!

Quem sabe, na tua misericórdia, nosso irmão encontre a alegria de servir no campo do bem, recompondo e libertando-se dos erros do passado.

E, reconhecidos no teu amor, eis que te entregamos à com­paixão este amigo, nosso irmão, solicitando-te acolha-o em teus braços.

 

Terminada a prece, o assistido parecia estar em êxtase. O coração fora invadido por vibrações amorosas; pela pri­meira vez, em muitos anos, sentia-se respeitado, valorizado, querido, amado.

E, lançando-se em profunda reflexão, lembrou-se do chefe perseguidor e instintivamente desejou fugir, surpreen­dendo-se quando notou os próprios amigos espirituais mos­trando-lhe a saída, autorizando-lhe deixar o ambiente.

Ajudado pela entidade que o trouxera à reunião liber­tadora, levantou-se, recebendo abraço repleto de afeição, seguido destas orientações:

Gonçalves, meu filho, disse o benfeitor, não estamos na condição de juízes implacáveis, não queremos que nos tenhas na conta de adversários. Desejamos estar unidos no amor de Deus, nosso Pai.

É provável que guardes certas dúvidas a nosso respeito, entretanto, amigo, saiba que, se ages com certa liberdade, é por­que estás dentro dos limites das leis divinas. Cedo ou tarde tua atuação será impedida pelas leis universais.

Desejamos com este processo de socorro acalmar-te, para dialogarmos mais de perto, advertindo-te quanto à responsabili­dade de consertares o que vens estragando. Queremos que tenhas em nós amigos queridos, dispostos a ajudar-te na própria recupe­ração.

Segue adiante, meu irmão, reflete sobre tudo o que viste, ouviste e sentiste neste ambiente, avaliando nossos propósitos. Sei que desejas ver-te livre de nós, entretanto, sabe que permaneces cativo da própria consciência.

— O quê? Perguntou o obsessor, interrompendo a fala da entidade amiga. Livre?

Onde os instrumentos de tortura? A lavagem cerebral? Os carrascos encapuzados portadores de chibatas aos quais meu mestre se referia?

Não dispomos de nenhum destes instrumentos, respon­deu o amigo espiritual.

O amor, a compreensão e o perdão são os nossos mecanis­mos de trabalho na seara do bem.

És tu quem permaneces numa eterna tortura!

Contudo, conta sempre com a nossa disposição em ajudar-te a encontrar o caminho de volta.

Agora é contigo, a decisão é tua, consulta a própria cons­ciência.

 

        O obsessor saiu emocionado, contudo, orgulho e vaidade impediam-no de transformar-se intimamente naquela hora.

 

        Os instrutores da vida maior, responsáveis pela Institui­ção, estavam satisfeitos, pois sabiam que a semente da ver­dade fora plantada e, no momento oportuno, haveria de germinar.

 

Livro: Aconteceu na Casa Espírita

Emanuel Cristiane/Nora

 

Francisco Rebouças

Brasil coração do mundo...

https://youtu.be/_a9tpJnGcbw

Homenagem a Chico Xavier

Haroldo Dias Dutra - As cartas de Paulo

Haroldo Dutra - Jesus o Médico da Almas

https://youtu.be/Uk7OUvyGCZU



Divaldo Franco

https://youtu.be/OVbstbRFs9M

Entrevista sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis...

Reencarnação é uma realidade

Palestra O trabalho no Bem - Cristiane Parmiter

Palestra: As Leis Divinas e nós - Cristiane Parmiter

Palestra: Benevolência - Cristiane Parmiter

Palestra: Jesus e o Mundo - Cristiane Parmiter

Palestra: A Dinâmica do Perdão - Cristiane Parmiter

Palestra: Perante Jesus - Cristiane Parmiter

Palestra AVAREZA - Cristiane Parmiter

Palestra Obediência Construtiva - Cristiane Parmiter

Palestra Tribulações - Cristiane Parmiter

Palestra Conquistando a Fé - Cristiane Parmiter

Palestra Humildade e Jesus - Cristiane Parmiiter

Palestra Renúncia - Cristiane Parmiter

Glória a Kardec

Rádios Brasil

Simplesmente Espetacular!!!

Professora Amanda Gurgel

De Kardec aos dias de hoje

Muitas Vidas

Divaldo Franco

Entrevista com Divaldo Franco

Sobre Emmanuel, Joanna de Ângelis, e muito mais, confira. 1ª Parte 2ª Parte

Chico Xavier

Chico Xavier (2010) trailer oficial

Página de Mensagens

Nesta página estarei lançando variadas páginas de conteúdo edificante para nosso aprendizado.

Francisco Rebouças.

1-ANTE A LIÇÃO

"Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo".- Paulo. II TIMÓTEO. 2:7.

Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.

Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as
estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.

Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.

Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.

Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.

Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.

O apóstolo dos gentios é claro na observação. "Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo."

Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.

Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos
apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

NO CAMPO FÍSICO

"Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual." - Paulo. (I CORÍNTIOS, 15:44.)

Ninguém menospreze a expressão animal da vida humana, a pretexto de preservar-se na santidade.

A imersão da mente nos fluidos terrestres é uma oportunidade de sublimação que o espírito operoso e desperto transforma em estruturação de valores eternos.

A sementeira comum é símbolo perfeito.

O gérmen lançado à cova escura sofre a ação dos detritos da terra, afronta a lama, o frio, a resistência do chão, mas em breve se converte em verdura e utilidade na folhagem, em perfume e cor nas flores e em alimento e riqueza nos frutos.

Compreendamos, pois, que a semente não estacionou. Rompeu todos os obstáculos e, sobretudo, obedeceu à influência da luz que a orientava para cima, na direção do Sol.

A cova do corpo é também preciosa para a lavoura espiritual, quando nos submetemos à lei que nos induz para o Alto.

Toda criatura provisoriamente algemada à matéria pode aproveitar o tempo na criação de espiritualidade divina.

O apóstolo, todavia, é muito claro quando emprega o termo "semeia-se". Quem nada planta, quem não trabalha na elevação da própria vida, coagula a atividade mental e rola no tempo à maneira do seixo que avança quase inalterável, a golpes inesperados da natureza.

Quem cultiva espinhos, naturalmente alcançará espinheiros.

Mas, o coração prevenido que semeia o bem e a luz, no solo de si mesmo, espere, feliz, a colheita da glória espiritual.

E N T R E I R M Ã O S
Olympia Belém (Espírito)[1]

Estes são tempos desafiadores para todos os que buscam um mundo melhor, onde reine o amor, onde pontifique a fraternidade, onde possam florir os mais formosos sentimentos nos corações.
Anelamos por dias em que a esperança, há tanto tempo acariciada, possa converter-se em colheita de progressos e de paz.
Sonhamos com esse alvorecer de uma nova era em que o Espiritismo, transformado em religião do povo, apresentando Jesus às multidões, descrucificado e vivo, possa modificar as almas, para que assumam seu pujante papel de filhas de Deus no seio do mundo.
Entrementes, não podemos supor que esses ansiados dias estejam tão próximos, quando verificamos que há, ainda, tanta confusão nos relacionamentos, tanta ignorância nos entendimentos, tanta indiferença e ansiedade nos indivíduos, como se vendavais, tufões, tormentas variadas teimassem em sacudir o íntimo das criaturas, fazendo-as infelizes.
A fim de que os ideais do Cristo Jesus alcancem a Terra, torna-se indispensável o esforço daqueles que, tendo ouvido o cântico doloroso do Calvário, disponham-se a converter suas vidas na madrugada luminosa do Tabor.
O mundo terreno, sob ameaças de guerras e sob os rufares da violência, em vários tons, tem urgência do Mestre de Nazaré, ainda que O ignore em sua marcha atordoada, eivada do materialismo que o fascina, que o domina e que o faz grandemente desfigurado, por faltar sentido positivo e digno no uso das coisas da própria matéria.
Na atualidade, porém, com as advertências da Doutrina dos Espíritos, com essa luculenta expressão da misericórdia de Deus para com Seus filhos terrenos, tudo se torna menos áspero, tudo se mostra mais coerente, oferecendo-nos a certeza de que, no planeta, tudo está de conformidade com a lei dos merecimentos, com as obras dos caminheiros, ora reencarnados, na estrada da suspirada libertação espiritual.
"A cada um segundo as suas obras" aparece como canto de justiça e esperança, na voz do Celeste Pastor.
Hoje, reunidos entre irmãos, unimo-nos aos Emissários destacados do movimento de disseminação da luz sobre as brumas terráqueas, e queremos conclamar os queridos companheiros, aqui congregados, a que não se permitam atormentar pelos trovões que se fazem ouvir sobre as cabeças humanas, ameaçadores, tampouco esfriar o bom ânimo, considerando que o Cristo vela sempre. Que não se deixem abater em razão de ainda não terem, porventura, alcançado as excelentes condições para o ministério espírita, certos de que o tempo é a magna oportunidade que nos concede o Senhor. Que ponham mãos à obra, confiantes e vibrantes, certos de que os verdadeiros amigos de Jesus caminham felizes, apesar das lutas e das lágrimas, típicas ocorrências das experiências, das expiações e das provas.
Marchemos devotados, oferecendo, na salva da nossa dedicação, o melhor que o Espiritismo nos ensina, o melhor do que nos apresenta para os que se perdem nas alamedas do medo, da desesperança e da ignorância a nossa volta.
Hoje, entre os amigos espíritas, encontramos maior ânimo para a superação dos nossos próprios limites, o que configurará, ao longo do tempo a superação dos limites do nosso honroso Movimento Espírita.
Sejamos pregadores ou médiuns, evangelizadores, escritores ou servidores da assistência social, não importa. Importa que nos engajemos, todos, nos labores do Codificador, plenificando-nos da grande honra de cooperar com os excelsos interesses do Insuperado Nazareno.
O tempo é hoje, queridos irmãos. O melhor é o agora, quando nos entrelaçamos para estudar, confraternizar e louvar a Jesus com os corações em clima festivo.
Certos de que o Espiritismo é roteiro de felicidade e bandeira de luz, que devemos içar bem alto sobre o dorso do planeta, abracemo-nos e cantemos, comovidos: Louvado seja Deus! Louvado seja Jesus!
Com extremado carinho e votos de crescente progres­so para todos, em suas lidas espiritistas, quero despedir-me sempre devotada e servidora pequenina.
Olympia Belém.

[1]
- Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira no dia 03.09.95, no encerramento da X Confraternização Espírita do Estado do Rio de Janeiro.

O TEMPO

“Aquele que faz caso do dia, patrão Senhor o faz.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 14, versículo 6.)

A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.
Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.
Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.
Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.
É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?
Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.
A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.
Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.
Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e desfazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.
Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Livro: Caminho Verdade e Vida.
Chico Xavier/Emmanuel.

NISTO CONHECEREMOS

"Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro." (I JOÃO, 4:6.)

Quando sabemos conservar a ligação com a Paz Divina, apesar de todas as perturbações humanas, perdoando quantas vezes forem necessárias ao companheiro que nos magoa; esquecendo o mal para construir o bem; amparando com sinceridade aos que nos aborrecem; cooperando espiritualmente, através da ação e da oração, a benefício dos que nos perseguem e caluniam; olvidando nossos desejos particulares para servirmos em favor de todos; guardando a fé no Supremo Poder como luz inapagável no coração; perseverando na bondade construtiva, embora mil golpes da maldade nos assediem; negando a nós mesmos para que a bênção divina resplandeça em torno de nossos passos; carregando nossas dificuldades como dádivas celestes; recebendo adversários por instrutores; bendizendo as lutas que nos aperfeiçoam a alma, à frente da Esfera Maior; convertendo a experiência terrena em celeiros de alegrias para a Eternidade; descortinando ensejos de servir em toda parte; compreendendo e auxiliando sempre, sem a preocupação de sermos entendidos e ajudados; amando os nossos semelhantes qual temos sido amados pelo Senhor, sem expectativa de recompensa; então, conheceremos o espírito da verdade em nós, iluminando-nos a estrada para a redenção divina.

DOUTRINAÇÕES

"Mas não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos, antes, por estarem os vossos nomes escritos nos céus." — Jesus. (LUCAS, capítulo 10, versículo 20.)

Freqüentemente encontramos novos discípulos do Evangelho exultando de contentamento, porque os Espíritos perturbados se lhes sujeitam.

Narram, com alegria, os resultados de sessões empolgantes, nas quais doutrinaram, com êxito, entidades muita vez ignorantes e perversas.

Perdem-se muitos no emaranhado desses deslumbramentos e tocam a multiplicar os chamados "trabalhos práticos", sequiosos por orientar, em con-tactos mais diretos, os amigos inconscientes ou infelizes dos planos imediatos à esfera carnal.

Recomendou Jesus o remédio adequado a situações semelhantes, em que os aprendizes, quase sempre interessados em ensinar os outros, esquecem, pouco a pouco, de aprender em proveito próprio.

Que os doutrinadores sinceros se rejubilem, não por submeterem criaturas desencarnadas, em desespero, convictos de que em tais circunstâncias o bem é ministrado, não propriamente por eles, em sua feição humana, mas por
emissários de Jesus, caridosos e solícitos, que os utilizam à maneira de canais para a Misericórdia Divina; que esse regozijo nasça da oportunidade de servir ao bem, de consciência sintonizada com o Mestre Divino, entre as certezas
doces da fé, solidamente guardada no coração.

A palavra do Mestre aos companheiros é muito expressiva e pode beneficiar amplamente os discípulos inquietos de hoje.

Livro: Caminho Verdade e Vida.

Chico Xavier/Emmanuel.

FILHOS DA LUZ

FILHOS DA LUZ"Andai como filhos da luz." - Paulo.

(EFÉSIOS, 5:8.)Cada criatura dá sempre notícias da própria origem espiritual.

Os atos, palavras e pensamentos constituem informações vivas da zona mental de que procedemos.

Os filhos da inquietude costumam abafar quem os ouve, em mantos escuros de aflição.

Os rebentos da tristeza espalham o nevoeiro do desânimo.

Os cultivadores da irritação fulminam o espírito da gentileza com os raios da cólera.

Os portadores de interesses mesquinhos ensombram a estrada em que transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam.

Os afeiçoados à calúnia e à maledicência distribuem venenosos quinhões de trevas com que se improvisam grandes males e grandes crimes.

Os cristãos, todavia, são filhos da luz.E a missão da luz é uniforme e insofismável.Beneficia a todos sem distinção.

Não formula exigências para dar.Afasta as sombras sem alarde.

Espalha alegria e revelação crescentes.Semeia renovadas esperanças.Esclarece, ensina, ampara e irradia-se.

Vinha de Luz

Chico Xavier/André Luiz


QUEM LÊ, ATENDA

"Quem lê, atenda." - Jesus. (MATEUS, 24:15.)

Assim como as criaturas, em geral, converteram as produções sagradas da Terra em objeto de perversão dos sentidos, movimento análogo se verifica no mundo, com referência aos frutos do pensamento.

Freqüentemente as mais santas leituras são tomadas à conta de tempero emotivo, destinado às sensações renovadas que condigam com o recreio pernicioso ou com a indiferença pelas obrigações mais justas.

Raríssimos são os leitores que buscam a realidade da vida.

O próprio Evangelho tem sido para os imprevidentes e levianos vasto campo de observações pouco dignas.

Quantos olhos passam por ele, apressados e inquietos, anotando deficiências da letra ou catalogando possíveis equívocos, a fim de espalharem sensacionalismo e perturbação? Alinham, com avidez, as contradições aparentes e tocam a malbaratar, com enorme desprezo pelo trabalho alheio, as plantas tenras e dadivosas da fé renovadora.

A recomendação de Jesus, no entanto, é infinitamente expressiva.

É razoável que a leitura do homem ignorante e animalizado represente conjunto de ignominiosas brincadeiras, mas o espírito de religiosidade precisa penetrar a leitura séria, com real atitude de elevação.

O problema do discípulo do Evangelho não é o de ler para alcançar novidades emotivas ou conhecer a Escritura para transformá-la em arena de esgrima intelectual, mas, o de ler para atender a Deus, cumprindo-lhe a Divina Vontade.

Livro; Vinha de Luz
Chico Xavier/Emmanuel